sábado, 30 de outubro de 2010

Desafetos



"Amar aos nossos adversários, desde o presente, ofertando-lhes o coração em forma de tolerância e trabalho, devotamento e ternura, é a fórmula exata para a solução dos grandes problemas que tantas vezes, por invigilância e leviandade, endereçamos, lamentavelmente ao futuro.


Lembremo-nos de que ainda ontem, acanlentávamos antipatias e desafetos, cultivando o ódio à feição de serpe no seio. 


Recordemos que semelhantes laços de treva algemavam-nos o espírito às largas sendas inferiores, impondo-nos reencarnações difíceis e angustiosas, nos campos da purgação da experiência terrestre.


Enleados a eles, renascemos no mundo e porque se nos retarde o amor, nos testemunhos da paciência e compreensão, somos constrangidos pela Justiça Perfeita, a recebê-los compulsoriamente nas teias da consaguinidade, convertendo-se-nos o templo familiar em triste reduto de sofrimento.


É assim que, reinternados na Terra, quase sempre, acolhemos na forma de entes amados velhos inimigos, que se erigem, no santuário doméstico, em nossos credores intransigentes.


Surgem por filhos tiranizantes e ingratos, ou parentes invulneráveis ao nosso melhor carinho, obrigando-nos a mais doloroso acerto, porque estruturado em suor e pranto, quando o nosso perdão puro e simples conseguiria fundir a bruma aviltante da crueldade em brisa de esquecimento.


Para que não estejamos amanhã em lares metamorfoseados em pelourinhos, por força dos corações queridos que o resgate transforma em verdugos e inquisidores dos nossos dias, saibamos amar, desde hoje, os que nos apedrejam e caluniem, porque, em verdade, o mal é apenas mal para aqueles que o fazem, transmutando-se em bem naqueles que o recolhem entre a paz do silêncio e a prece da humildade, por saberem que a Vida é sempre luz de Deus."


Emmanuel
em "Através do tempo", psicografia de F. C. Xavier

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